iCloud na indústria fonográfica

iCloud, o novo serviço da Apple para armazenamento de dados na nuvem, possui agora uma opção para você armazenar suas músicas na rede por apenas 25 dólares por ano. É uma nova opção que mostra novos caminhos para os autores de compositores: ter um pagamento justo por sua música.

De acordo com uma entrevista publicada na revista Digital Music News, a divisão desses 25 dólares seria algo assim:

• 70%  é a porcentagem a ser dividida dos 25 dólares, sendo um total de $ 17,50. Os outros 30% fica com a Apple.
• $ 0,0035 é o valor que será dividido para cada uma das 5000 músicas que se estima que estarão armazenadas.
• Dessa quantidade deve-se deduzir 12% que serão divididos entre as editoras, e que voltarão ao autor mais tarde.

A primeira conclusão a que chegamos é: para que uma companhia obtenha um benefício de um dólar em uma biblioteca de 5000 músicas, deverão existir pelo menos 1667 do seu catálogo, algo que talvez seja improvável.

Assim como em todos os novos serviços musicais online, somente as grandes gravadoras, com catálogos bem populares e extensos, obterão algum benefício somando o resultado de forma global. A pequenas gravadoras ou os músicos independentes terão problemas para conseguir algo que seja significativo. Sendo assim, somente os artistas mais populares chegariam a ganhar alguma coisa.

Nós da MUSICAUDIO sustentamos a opinião de que atualmente a internet se converteu em um reflexo do mundo offline: a fragmentação da exposição e a quantidade de propostas musicais fazem com que somente os artista mais populares, muitos deles investindo grandes quantidades de dinheiro e outros por características próprias, conseguem ter notoriedade como para poder amortizar todo o esforço que uma criação artística de qualidade deve ter.

De qualquer forma, a Apple não as tem todas consigo. Este novo modelo, tão discriminatório quanto os demais, obteve muita oposição durante os meses de sua gestação. Cabe a pergunta: Como a Apple conseguiu convencer as gravadoras?: aproveitando a tendência atual do mercado e pagando 150 milhões de dólares adiantados, em um mundo onde somente os resultados sejam imediatos sobre estratégias mais sustentáveis ou beneficiosas. Agora, isso só foi dados às grandes gravadoras. Para as independentes, nada.